12 de agosto de 2015

Um apagão incomoda muita gente

A falta de energia na madrugada de ontem em Porto Velho permitiu o porto-velhense fazer uma viagem ao passado. Na década de oitenta, os grupos motores das termoelétricas eram desligados após a meia-noite. Posto de combustível funcionando depois das 11 horas nem pensar. Era muito raro encontrar alguém caminhando pelas ruas.
Talvez a população daquela época era feliz e não sabia. Pagava uma tarifa de energia dentro da realidade regional e não se preocupava com o racionamento nos grandes centros do Brasil. A Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), hoje Eletrobras, estava presente nas principais cidades do eixo da BR-364 e fez inúmeros investimentos no fornecimento de energia no interior do Estado.
De forma gradativa, o sistema foi cada vez mais sendo aperfeiçoado com a chegada da Usina de Samuel e a inauguração do Linhão de Transmissão, uma realização do ex-governador de Rondônia Oswaldo Piana.
O programa Luz para Todos, do Governo Federal, levou energia limpa às comunidades rurais, fixando o homem no campo e impulsionando o agronegócio. O setor elétrico avançou muito nas últimas décadas e a tecnologia internacional acompanhou o processo natural da evolução. A chegada de duas hidrelétricas em Porto Velho, Jirau e Santo Antônio, fez produzir esperança de dias melhores e redução no valor da tarifa.
Hoje Rondônia está interligado ao SIN (Sistema Interligado Nacional), levando energia ao Sul do Brasil. Ocorre que a população rondoniense segue pagando a tarifa mais cara do Brasil e as perspectivas não são boas.
Em 2015, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleceu as bandeiras tarifáricas verde (não tem aumento), amarela (sofre acréscimo de R$ 0,025 para cada quilowatt-hora ) e vermelha (reajuste é de R$ 0,055 para cada quilowatt-hora kWh consumidos). Até hoje o cidadão não sabe por qual motivo paga uma conta de energia tão cara, principalmente em Porto Velho.
Hoje as 564 mil unidades consumidoras localizadas em 52 municípios de Rondônia estão na bandeira vermelha. Roraima e Amapá são os únicos Estados da federação que não adotam as bandeiras tarifáricas. Mas esses dias estão contados. Brevemente as duas regiões estarão interligadas ao SIN. Talvez não faça muita diferença. A única diferença será no bolso.

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